2.3.08

Tempo

a doer e a fazer.

Bem, amor, que te marca?
“A falta de tentar pegar vazio”
É o teu medo, esse medo de voltar,
Pegar passado...

Sempre presente é o mar da tua ilha
Agora o vento que faz levitar os pássaros
Daquele teu filme preferido,
A melhor das sete artes,

Quando aquele Deus teu sinestésico
De silêncio essencial
Na poesia dos meus dias,
Parte de mim.

“Ô João, cadê meus livros?”

Olha minha gaita, minha música...!
Que é meu sorriso metade da alma
(e-a-outra-metade-são-os-olhos)

Saudade dessa fortaleza de raízes que é teu abraço de árvore
Quando pegas o violão a dar-me paz
Em plena estrada: madrugada de segredos

Sonhos? Pertinentes
Futuro? Incerto
Certeza? Mentira, marília.

“A felicidade é nos detalhes”
E no céu a profundidade de um sorvete na pracinha
O segredo é o valor do caráter.
E indispensável mesmo é o abraço
Que torna 3 segundos em 3 minutos.

Quero correr pra sentir a vida
E saber que viver é morrer a cada dia
E que cada dia é uma eternidade
Quando a saudade é um aperto...

E da janela do meu quarto
Cada segundo, avassalador
Não é nada, é só o frio da noite
Na leveza que é o sentir da música

e saiba:
olhar não é saber.

e dizer, evitável.
Que, no fim, toda palavra já não basta.