1.12.08

Carta a primeiro de dezembro

Explicações pra quê, meu caro senhor? O que há agora é tudo que importa, importando nós todos aqueles conceitos outros da pós-modernidade-nossa.
Às vezes até parece não haver mais tempo para as letras, para os dizeres de sempre havidos, mas bem sei que o tempo nunca é desculpa que baste. Fato é que, abstraído o fato-roupagem do (des)tempo e do silenciar, nenhum silêncio tem acontecido, talvez apenas uns breves meses distraídos deste que ora vos fala.
Dizia eu há algum tempo que aquela senhora da janela me atormentava, pois veja que isto não mais me inquieta: mas precisei de muito, muito tempo para apaziguar.
Foi como uma viagem de tormenta pelos Cabos do Destino, que, ao fim, não deu cabo de ninguém, a não ser da minha impaciência (aliás que bom, devo dizer).

Decerto estará curioso em saber o final da história, presumo. Convido-o então para um fim de semana em nossa presença. Sim, veja só meu contentamento: nossa presença.
Nove meses dançaram aos meus olhos sem que eu quase percebesse e agora me lembrei das nossas cartas.

Espero que não esteja chateado, e me mande as novas de além-mar.
Por cá uma felicidade serena, plena, que compartilho nestas linhas.