12.2.08

{texto antigo, mas cabível nas recentes reflexões... :)

e Deus me livre de chegar um dia a dizer "meu amor" desse jeito
publicizante e heteronômico, como se jamais tivéssemos sentido qualquer amor.
Foi-se o tempo, verdade seja dita, que eu sentia calafrios ao ver a banalização
das coisas, mas ainda viro os olhos e o rosto, que sinceramente vezououtra me ofende.
Não, não foi comigo dessa vez, eu li por ali e me ocorreram poucas e boas pra dizer,
mas por falta de legitimidade me limito a pensar no assunto.

Que eu prometa, pelo resto dos meus dias, jamais usar palavra alguma
que eu não sinta.

Que eu não ouça, do mais galante rapaz ou da moça mais bonita, um sorriso
falso uma palavra solta,

que ninguém me destine coisa alguma que eu não mereça
e que eu saiba sempre distinguir o sincero do bonito,

o limite do infinito,

e a verdade nos meus olhos.

--

bom dia. Andiammo! e fechou-me as portas.

11.2.08

a um passarinho

a verdade é que ando assim mesmo
caminhando meio a esmo
pelas ruas da cidade
até quando for verdade
que o coração não é escuro
até quando eu tiver coragem
de pular o alto do muro
do silêncio e da ousadia

que é me dizer
que é me calar

que é te dizer
que é não falar

até quando não se precise dizer nada.



~