1.12.08

Carta a primeiro de dezembro

Explicações pra quê, meu caro senhor? O que há agora é tudo que importa, importando nós todos aqueles conceitos outros da pós-modernidade-nossa.
Às vezes até parece não haver mais tempo para as letras, para os dizeres de sempre havidos, mas bem sei que o tempo nunca é desculpa que baste. Fato é que, abstraído o fato-roupagem do (des)tempo e do silenciar, nenhum silêncio tem acontecido, talvez apenas uns breves meses distraídos deste que ora vos fala.
Dizia eu há algum tempo que aquela senhora da janela me atormentava, pois veja que isto não mais me inquieta: mas precisei de muito, muito tempo para apaziguar.
Foi como uma viagem de tormenta pelos Cabos do Destino, que, ao fim, não deu cabo de ninguém, a não ser da minha impaciência (aliás que bom, devo dizer).

Decerto estará curioso em saber o final da história, presumo. Convido-o então para um fim de semana em nossa presença. Sim, veja só meu contentamento: nossa presença.
Nove meses dançaram aos meus olhos sem que eu quase percebesse e agora me lembrei das nossas cartas.

Espero que não esteja chateado, e me mande as novas de além-mar.
Por cá uma felicidade serena, plena, que compartilho nestas linhas.

17.9.08

do sétimo sorriso.



- de Pascal Blanchet.


ao som de Can´t we understan each other? (João Erbetta)




Gregório de Matos



Definição do Amor


Mandai-me Senhores, hoje
que em breves rasgos descreva
do Amor a ilustre prosápia,
e de Cupido as proezas.
Dizem que de clara escuma,
dizem que do mar nascera,
que pegam debaixo d’água
as armas que o amor carrega.

O arco talvez de pipa,
a seta talvez esteira,
despido como um maroto,
cego como uma toupeira

E isto é o Amor? É um corno.
Isto é o Cupido? Má peça.
Aconselho que não comprem
Ainda que lhe achem venda

O amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta.



(eu discordo. mas é tão bonito ele dizendo. hehehe adoro esse poema.)

parabéns parabéns parabéns pra nós xp

6 ou 7.



Eles brincam na rua, assim como fosse domingo, apesar de que era mesmo. Mas, quando se tem 6 anos, que diferença faz: toujours est dimanche.
E era só mais um domingo, ou parecia, mas de fato não seria, se prestassem bem atenção.
Era aquele dia em que João faz 7 anos, e Luísa dança pela rua. Por que dança já nem sabe, nem tem por que saber, dança porque tem vontade e pronto.

É assim bem danadinha, fazendo caras e bocas, poses e Poses, ao mesmo tempo querendo ser moça e criança, naquela dança que só se entende quando se é pequeno.
"Mas e se eu quiser ser pequeno sempre?", João pergunta, e Luísa dança. Tem essa mania de ficar dançando quando a gente pergunta as coisas, e rindo.
Tempos depois da pergunta, como se nada tivesse acontecido, lança uma resposta maluca, e João nem entende mais, mas não pergunta - ela já dança de novo.

Credo, não pára de dançar.
Os vizinhos se divertem, os passantes sorriem, e eles continuam naquela brincadeira nada imaginária, aquele diálogo de gestos. Uns gestos tão aparentemente desencontrados, mas que sabem exatamente o que querem dizer.

"Ei, vamo comer o bolo? Tá na hora do bolo, não tá?"
"Que bolo, menino, você sempre troca as horas, agora é hora de brincar. O bolo é só mais tarde..."
"E quando é a hora do bolo?"
"Quando você fizer 7 anos"
"ué, e não fiz agora?"
"Bom, o bolo é seu, então vá lá"


"Ô Mãe, não tá na hora do bolo?"

11.9.08

Do segundo amor [parte 3]




Ele teve medo.
Era 1967 e teve medo: os pais da mocinha eram muito severos, e ele nunca conseguia chegar nem ao portão. A mocinha, ainda no ginásio, ele acompanhava com olhos ávidos toda manhã, antes de ir ao trabalho. Trabalhava nos Correios, sempre trabalhou.
Perversa ironia: nunca carta alguma que mandara estivera nas mãos da moça.
Tentou de um tudo, no entanto mais correto seria dizer que tentou de tudo, até um certo período em que, rendido aos insultos dos amigos, saiu de si e caiu na vida.
Dizia mesmo que caíra na vida por não ter mais esperanças, desistira.

Teve 202 mulheres, casou-se 3 vezes, 5 filhos havidos dos dois bons casamentos. 2 vezes viúvo, e por último separado: só pensava na mocinha do ginásio, que a essa altura devia ser como ele - velha e perdida, mas ainda a mocinha do ginásio.
Ele com 60 e tantos, ela devia ter uns 7 a menos (vai saber...), e no alto dos seus 60 e tantos, sentado na cadeira esdrúxula, contava as pílulas.

Cada uma era uma lembrança. E ele esperava, tão avidamente quanto observara a mocinha da janela, que a cada pílula uma lembrança se fosse, acabando de vez com aquela tortura que tinha vivido desde que sucumbira ao Medo.

9.9.08

Bahia




"Você já foi à Bahia, nega, não? Então vá, então vá"

Havia um teatro na esquina, em que só fui uma vez, mas se dizia que havia segredos guardados em que ninguém podia mexer.
Cresci com a idéia de que na Bahia era o fim do arco-íris. Lá os segredos, mistérios, problemas e chapadas.
Cresci e fui buscar.

E aí eu vi que o fim do arco-íris é onde você quiser que seja.
Bem aqui.

6.9.08

Do Único




[pascal blanchet]


É como Música.
E não há que falar em primeiro, segundo, terceiro, quarto, sala, hall de entrada: ele entra como bem entende, por onde atinar que deve, e pronto.
Você percebe quando já está no meio e não há como sair. Que bom, aliás, porque você não quer sair.
E é como Música que você entende que está rendido, entre notas, diminutas, ascensos e discensos: você é um crescendo.

Uma sonata de Vivaldi, uma aquarela de cores intensas brincando com as cenas...! É o delírio de sentir em cores, depois daquele tão demorado branco e preto.
Diariamente em outras tonalidades, o Único amor é exatamente este:

não dá pra dizer o nome, não dá pra não saber que há.
Ele existe, simplesmente, imemorial e eterno, e num abraço se entende. Sem qualquer palavra além.
Dizer? Meu amor, minha música.

28.8.08

Do segundo amor [parte 2]




Se o peixe morre pela boca e é pela boca que você diz ao seu segundo amor, no exato momento em que você percebe que foi fisgado, aquelas palavras um tanto mágicas, trágicas masnomínimoinquietantes "eu te amo", o Medo é aquela criatura que quer te cortar a língua.

Porque, segundo o que consta nos Livros do Destino, da Razão, do Juízo e da Falta de coragem, você bateu a cabeça num poste bem próximo e doeu um bocado. Logo, não vai ser assim na primeira chance de sucesso que você vai doer de novo.

O Medo quer te fazer pensar que é, dizendo, que você morre.Porque, afinal, recorde, o peixe morre pela boca. Mas o que faz de você um peixe, a não ser esses olhos grandes e fundos de quem chorou semanas por um amor perdido? Amores não se perdem.
Ou perdem?
Observe que há mais caminhos do que parece. E as coisas, curiosamente, vão sempre dar em algum outro lugar que você não sabe onde. Você tem Medo?


Ou o Medo tem você?

Porque, se você prestar atenção, há alguém querendo, agora, te chegar.

25.8.08

Intervalo para o EU

[dando uma pausa na série Dos segundos...]


em homenagem aos eueueu, tão conhecidos de todos nós.



EU. Eu sou uma pessoa muito legal, sabe? Eu adoro isso, eu adoro aquilo, eu adoro encontrar você! Pra onde você está indo? Não, eu não posso ir depois, mas agora eu fico com você só por mais umas cinco horinhas... Mas você veja, eu ando TÃO atarefado... A minha vida é uma novela, sabe? Eu já te contei das novidades? Rapaz, fica aí que eu vou te contar meus mais novos sucessos. Nunca vi cara tão talentoso, sortudo e bom com as mulheres do que eu.
Veja você,acho que foi porque eu tive uma educação muito boa. Eu sempre viajei muito, gostei muito de escrever (você já viu meus poemas?), gostei muito de encontrar você, sabe?
Faz muito tempo que não tenho uma conversa tão boa como essa! e calma, calma, já já você me fala de você.

O que você achou do meu carro novo? sabe, foi uma fortuna. Trabalhei muito por ele, e uma parte meu pai me deu também, mas disso ninguém precisa saber. E a minha casa linda e a minha noiva gostosona. Rapaz... Essa mulher na cama neeeem te conto!!!
Ah, esqueci de te contar que tô fazendo mestrado. Ano que vem o doutorado na Alemanha, te disseram? Tô começando a comprar as roupas de frio, tô alugando uns filmes históricos sobre a Alemanha também, não quer ir lá em casa ver comigo não? Vai ser ótimo: só eu e você como nos velhos tempos!

Meu velho, como é bom conversar com você.
E ainda acho que você devia passar lá em casa pra ver meus quadros novos, minhas roupas novas, meus fox terriers novos, minhas medalhas novas e meus cremes anti-rugas. Hoje em dia tem que se ficar perfeito até pras entrevistas de emprego.
Eita!! te disse da minha promoção? Tô é bem.

Mas escuta, tô bem ocupado, tô saindo agora, passa lá em casa mais tarde, viu?
Mas passa mesmo!
Muito bom conversar com você!



- adooooooooro diálogos inexistentes. quem não conhece? :)


Meu Deus, esse povo precisa se tocar...

19.8.08

Do segundo amor.

A pressa que temia fazer perderem-se todos os segundos, minutos e horas acabou levando-lhe à perda do juízo, da lembrança, dos amigos, da esperança e do não.
Ficou-lhe um sim repetido, perdido, sem nexo, aventuras e sexo, repleto de nadas.

Até que, já não procurando, bateu com a testa no próximo poste.


A dor era só a primeira das grandes descobertas.

Dos segundos.

Um certo poeta meio (ou diria meio poeta?), mas não por isso menos instigador, apareceu-me com a pergunta que não quer calar:
- Ô, menina, por quê não mais escreves, pelo menos não no último meio?
- Meio o quê, poeta meio?
- Meio ano, ora pois.

E sempre fui desse jeito, de tantas várias metades, caso então que fiquei a pensar e pensar, e não pela metade, mas digamos minutos inteiros.
E não é que faz mesmo, justamente meio ano, que as linhas se me resolveram ou não resolveram, sei lá, fato é que não mais vieram.
Decerto outros contratempos, inventos da modernidade, ou os arroubos da juventude, os amores pela cidade, a paixão que me consome... Vai saber.
Restou-me uma súbita vontade: escrever dos segundos.

Segundo, ao que me consta, é um termo absolutamente equívoco. Não que ele esteja errado, veja bem, apenas comporta várias análises,várias sombras ou um porquê bastante vário.
Segundo é aquela medida de tempo, basta dizer que é a mera pretensão humana (descabida, por óbvio) de fazer o tempo caber no pulso. Segundo também é aquele que vem depois, muito embora (ora!), o segundo não pare nunca.
Segundo também é o Filho, o arquiduque, o príncipe, aquele seu sucessor. Segundo é aquela palavra que explica o que você quis dizer, quando quer dar ênfase, quando quer buscar quem lhe apóie na explicação.
Segundo, meu filho, no fim das contas, pode ser o que você quiser que seja.

Aí você me pergunta por que eu quis falar disso.
O mais simples, o mais reiterado, o mais batido de todos os assuntos nossos de cada dia: O AMOR! Uma vez li algo bastante interessante, de uma criatura que dizia achar descabido só se falar do primeiro amor. E tinha razão. O primeiro amor tem seus encantos, mas e o segundo amor... não?

Pois contesto! Utilizo as palavras pretensamente direitas pra dizer contesto, contesto e contesto. Agravo e reitero que não tem o menor cabimento.
O Segundo amor é aquele que...

Pensemos.
[cenas do próximo capítulo]

2.3.08

Tempo

a doer e a fazer.

Bem, amor, que te marca?
“A falta de tentar pegar vazio”
É o teu medo, esse medo de voltar,
Pegar passado...

Sempre presente é o mar da tua ilha
Agora o vento que faz levitar os pássaros
Daquele teu filme preferido,
A melhor das sete artes,

Quando aquele Deus teu sinestésico
De silêncio essencial
Na poesia dos meus dias,
Parte de mim.

“Ô João, cadê meus livros?”

Olha minha gaita, minha música...!
Que é meu sorriso metade da alma
(e-a-outra-metade-são-os-olhos)

Saudade dessa fortaleza de raízes que é teu abraço de árvore
Quando pegas o violão a dar-me paz
Em plena estrada: madrugada de segredos

Sonhos? Pertinentes
Futuro? Incerto
Certeza? Mentira, marília.

“A felicidade é nos detalhes”
E no céu a profundidade de um sorvete na pracinha
O segredo é o valor do caráter.
E indispensável mesmo é o abraço
Que torna 3 segundos em 3 minutos.

Quero correr pra sentir a vida
E saber que viver é morrer a cada dia
E que cada dia é uma eternidade
Quando a saudade é um aperto...

E da janela do meu quarto
Cada segundo, avassalador
Não é nada, é só o frio da noite
Na leveza que é o sentir da música

e saiba:
olhar não é saber.

e dizer, evitável.
Que, no fim, toda palavra já não basta.

12.2.08

{texto antigo, mas cabível nas recentes reflexões... :)

e Deus me livre de chegar um dia a dizer "meu amor" desse jeito
publicizante e heteronômico, como se jamais tivéssemos sentido qualquer amor.
Foi-se o tempo, verdade seja dita, que eu sentia calafrios ao ver a banalização
das coisas, mas ainda viro os olhos e o rosto, que sinceramente vezououtra me ofende.
Não, não foi comigo dessa vez, eu li por ali e me ocorreram poucas e boas pra dizer,
mas por falta de legitimidade me limito a pensar no assunto.

Que eu prometa, pelo resto dos meus dias, jamais usar palavra alguma
que eu não sinta.

Que eu não ouça, do mais galante rapaz ou da moça mais bonita, um sorriso
falso uma palavra solta,

que ninguém me destine coisa alguma que eu não mereça
e que eu saiba sempre distinguir o sincero do bonito,

o limite do infinito,

e a verdade nos meus olhos.

--

bom dia. Andiammo! e fechou-me as portas.

11.2.08

a um passarinho

a verdade é que ando assim mesmo
caminhando meio a esmo
pelas ruas da cidade
até quando for verdade
que o coração não é escuro
até quando eu tiver coragem
de pular o alto do muro
do silêncio e da ousadia

que é me dizer
que é me calar

que é te dizer
que é não falar

até quando não se precise dizer nada.



~

21.1.08

És um louco, meu amigo, sempre foste. É que não te lembras nunca das esquinas passadas, e nem precisas que fique eu a remoer lembrança antiga daquelas que, esforçando, decerto lembras. O caso é que tens que parar com isso, Álvaro: já é tempo. Disseste-me observar as vagas, trate então de aprender com elas. Acaso esqueceste nosso tempo de escola? Todos aqueles devaneios de futuro e as leituras de um Hesse, um Pessoa, um José, nós sempre a tentar-nos fortes, e agora de novo inventas como tivesses 15 anos.
Coragem, homem! A vida não é só isso e nem pode sê-lo. Levanta esse corpo e sai dessas mesmas paragens. Se não te bastam as vagas, vai ao Tejo, muda os ares, vem ter comigo em nossa casa, Marta ficará feliz em te rever. Lembro-te que tua afilhada já fez 2 anos e não vieste à festa da pequena, que ficou muito sentida. Cecília te adora e manda abraços.
Presta bastante atenção, amigo: ou tu paras de nonas sinfonias ou viras um ébrio de uma vez por todas. Essa criatura, se é que existe e não é outra de tuas fantasias, não merece esse teu esmorecer.
Faz ouvir a voz da prudência é recomeça-te os caminhos diários, sem passar pelas ruas escusas, faz isso, Álvaro.

Forte abraço,

João.



- ouvindo: O silêncio das estrelas, Lenine.

19.1.08

desatino

Que loucura gigantesca eu ando sendo... Não podes sequer imaginar. Todos os dias a vagar por essas ruas, na busca incessante por aquela janela onde a vi uma vez, uma única vez, e jamais saiu de mim a dar-me espaços de consciência de mim mesmo sem si, aquele corpo, aquela voz forte e fugidia a um só tempo. Há meses persigo, há meses não sou eu, há meses sequer coisa nenhuma: sou só um vago, um vago entre nada e coisa alguma, na procura por aquela de quem sequer sei o nome.
Ouça, ouça aqui a nona sinfonia, e perceba que é aqui, é aqui que eu me perco, e ela nada. Ando a subir e a descer tantas ladeiras coloridas que a mim já não tem cor nenhuma. Invento assunto com os passantes, a dar ousadia às senhoras que passam num cortejo sabe Deus com quem, passei a tomar os desjejuns na tabacaria da Rua do Passo, na esperança desesperada de que talvez pudesse a ninfa por lá passar, quem sabe...
Desde aquela terça-feira inexplicável, em saindo do trabalho lendo-me os últimos papéis por assinar, aquele dia em que tropecei na pedra em falso e tive de abaixar-me por amarrar os sapatos. Foi no levantar-me desse gesto que vi, por uma janela do outro lado da rua, aquela bela a ler preguiçosamente na varanda. A trança volumosa caindo-lhe pelos ombros e o olhar compenetrado, tão sublime, que cautelosamente atravessei a rua, e fiquei embaixo daquela janela a fingir ler-me os papéis. Ouvia, então, a leitura baixa daquela moça, ouvia, ouvia sim os sons melodiosos das palavras sem entender palavra alguma, eram música: eram música...
As músicas, meu amigo, em meus ouvidos estão a deixar-me louco, fora de fuso, perdido, cego, sentido algum há ainda. E o trabalho e a família e os amigos, me perguntas, ora, que dúvida...! Nada eu vejo, nada eu sou, sou só essa espera, todos os dias, naquelas esquinas, naquelas portas.
E assim passaram semanas, e continuam a passar. Permaneço no meu banco, esquerdo do lado da praça Vinte e dois, moro numa casa de frente para o mar, vejo passarem as vagas todas as horas do dia, e nada, nada da princesa fugidia. Amigo, me faça um favor, não contes a ninguém onde moro, só a ela, se a ti vier perguntar.
Ouça, ouça a nona sinfonia, e depois me diga como fazer pra parar de vê-la, que já não posso fechar os olhos sem me morrer de agonia.

Do teu

Álvaro

.