3.12.09

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Ele dizia que seria algo mais ou menos inusitado, e aí eu saberia que era a hora de chegar. De procurá-lo, de ir além. Foi assim no dia em que ele decidiu ir-se, além sabe deus pra onde, e disse que um dia eu iria junto. Mas porquê não naquele dia, eu acho que não vou descobrir, mas quem sabe.

Ele era assim dessas respostas sem pergunta, como aquele cara das borboletas do Caio, e por isso eu não perguntava: pra não estragar resposta alguma. Ou pelo menos era isso que ele me fazia acreditar. E no dia em que ele resolver ir-se, me pediu pra arrumar as malas. Pra prestar muita atenção nas suas roupas e seus lençóis. Não sei se com isso ele quis que eu percebesse todos os detalhes, pra que assim ele não se apagasse na memória (como se desse), ou apenas que eu sentisse a arrumação da coisa toda como um controlar da minha desordem.

E foi assim que eu arrumei as malas, os lençóis, as borboletas, os poemas e as esquinas daquele homem sem o qual eu nem imaginava como ia ser o resto. Dos dias, das coisas todas, sei lá. Desse jeito ele foi, prometendo não mundos e fundos, mas que daria um sinal, mais ou menos inusitado, e assim eu saberia.