31.5.19

Tododia.

Ando pensando sobre a copresença, algo tão importante em todas as relações. Tenho amigos namorando a distância (nunca tive a experiência, e para ser bem sincera não espero ter). Alguns namoros com boas histórias pra contar, outros não tanto. E fiquei observando pra entender como fazem pra dar certo.

Reparei na copresença. Quem consegue "fazer dar certo" investe pesado na copresença. E pra isso a pós modernidade nos ajuda: internet, WhatsApp, facetime, Skype e mil outros aplicativos. Mas só funciona se você realmente estiver lá. Se são feitas coisas em conjunto (livros, séries, viagens), acho que se aprende a estar lá para o outro.

O curioso é que o excesso de internet e aplicativos, justamente, pode nos afastar do outro que está perto (o que está ao lado), o amigo, o namorado, a namorada, a esposa.

O celular que aproxima e distancia. O livro que aproxima e distancia. O trabalho que aproxima e distancia. No fim, somos um eterno jogo de proximidades e distâncias. E precisamos também de uma certa distância que garante a autonomia, a liberdade, a existência desse self (que,sem ele, facilmente nos sentimos oprimidos e sufocados sem nem saber pelo quê).

É preciso ter cuidado com o tanto da distância, isso tudo faz pensar. A insustentável leveza do ser, não é? E, nesse caso, a imponderável distância das relações.

Antes de eu começar a teorizar, evocar meu amigo Goffman e parecer uma conversa de bar, me despeço de mim mesma e desse eu sedento de escrever.