O céu de estanho lá em cima
e na estrada uns pés de caminho.
No interstício és a gaita
cantada de verbos alheios,
sorrateiro soprando versos
bela e velha mochila nas costas,
por enquanto não somos nada
além de cinzas sozinhos.
Mas é da cinza de tanto tempo
que se segue os passos ausentes
achando toda a resposta
naquele solo de gaita.
Por mais que ninguém dissesse
e caronas fossem difíceis
os carros sempre passavam
por volta daquelas montanhas.
Insistia dizer que tuas
tuas montanhas tantas
tua mochila nas costas
e teu destino nos pés.
Teu instrumento brinca
enquanto segues olhando
o vento batendo nas costas
e fingindo não ser contigo.
Espanta é que seja tanto
que seja verso e seja amigo
que seja solo e seja gaita,
e ainda não tenha um próprio caminho.
há de ser feito conforme os pés,
é assim que sempre respondes
à pergunta que tu mesmo começas
naquele solo de gaita.
Uns verbos alheios na carona que achaste
de ontem e sempre em diante
pegas a tua mochila, debaixo do céu de caminho
e da estrada de estanho.
Até quando seremos seguindo?
vai sabendo tocando a gaita,
que é bem na próxima nota
que se lhe revela o destino.
.
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