8.5.12

aquela velha música repetida, senhores. ela insiste, ela volta, volta sim, no agudo daquele clarinete, ela vem se fazendo estridente, alta, inspiradora, desesperadora... ela vai aparecer sempre que quiser, sabem? sempre que der na telha. Sim, quedernatelha.

vai tocar quantas vezes inventar, sempre que qualquer mínimo pensamento deixar aberta qualquer fresta - ela vai dar um jeito, queridos. alta, enebriante, precisa e vaga, vai ocupar todo e qualquer espaço. o espaço é dela, o tempo também. Sim, vai rasgar todos os espaços, não vai deixar nada inteiro.

nada intacto, intocado, permanecido. vai embaraçar o que estiver quieto, e aquietar o que estiver louco: vai tirar toda e qualquer ordem.

vai ser corpo e vai ser alma, senhores, vai ser o que ela bem entender.

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