6.5.12

o rio abriu, menina. não sei nem onde vai dar, vou arriscando, só sei que o rio abriu... antigamente eu tinha medo de nadar, hoje eu vou é navegando. cada curva ou desvio é uma nota que vou tocar, sem nem saber quem vai ouvir.

o meu rio tem cordas, menina. tem notas, tem silêncios, tem absurdos. ninguém vai ver sentido, porque aliás ninguém vai ver. o rio é meu, tenho dito, e acabou-se.

compartilho brevemente essa paisagem, mas só por um suspiro. assim que passar, serei eu de novo, novamente o rio passando por mim. forte, impiedoso, vezenquando violento. mas não dói, dói não - porque o rio, menina, também sou eu.

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