28.11.06

um ontem.

não queria a perfeição, não. nem as respostas do mundo. nem o sorriso do mundo, nem o perdão merecido, nem o abraço esperado, o beijo guardado, o olhar olhando, o sentir sentindo e as coisas voltando.
na verdade não ia insistir, não ia pedir, não ia derrubar os poucos muros que havia, na proteção. mas alguém tinha dito que, ficando as bases, tudo volta. e seria?
não ia esperar, não ia dizer, não ia não nada.

e bem aí caiu o cometa. caiu bem no meio da praça, o mundo todo vendo, o vinho inteiro sendo, vieram respostas, sorrisos, abraços, olhares, o tudo no meio dum instante só, metido e perdido numa noite só, querendo se achar, mas não ia insistir, não.

e se perfeição existisse, não ia insistir nela: não queria imobilidade. que movessemos todos, fôssemos todos, exatamente como estávamos sendo - o mundo inteiro viu.

quando caiu o cometa, e as estrelas tremeram e as cartas nasceram e o nunca se fez sempre:
foi aí que não quis mais perfeição nenhuma.
porque sabia, sabia simples e preferia assim saber, sem tantas teorias, ah, sabia
sabia que o agora era daqueles pra guardar numa caixinha, sem prender.
o cometa das noites todas, acabado de cair, dizendo ainda outra vez: perfeição, não.

felicidade? já diziam os filmes, se diz soletrada, bem devagar, l-e-t-r-a-p-o-r-l-e-t-r-a.

Um comentário:

Pedro Nakasu disse...

"quando caiu o cometa, e as estrelas tremeram e as cartas nasceram e o nunca se fez sempre:
foi aí que não quis mais perfeição nenhuma."
muito bom!