(tentativa)
a felicidade, que era minha,
nada clandestina, sem se saber:
tomando conta do que tinha e o que não tinha
preenchendo o de vazio e o de cheio
todos os dias caminhada do meu verbo
verbo alquebrado como os passos
quebrados passos de outrora,
que me quebraste a perna,
deixando-me memória.
e a felicidade de intermédio
sem conforto sem remédio
tempo todo sendo fato
ainda quando ausente
quando o tempo inteiro mentes
e ainda assim permanecendo
permanecido sigo
não é nada: só que gosto de vestidos,
visto-me toda inteira,
recoberta de duas músicas,
a do começo a do fim
amo o começo e o começo,
me ama a mim?
duas vezes amante,
duas vezes eu mesmo?
duas vezes começo:
os muros altos da cidade
fortaleza em nome e eco
ecoa, fortaleza, seja seja
prisão de mim
livre de mim
sou livre à praia, livre ao centro
livre ao vento, com meu vestido:
azul de tempo. e a felicidade, livre ainda?,
se enche de mim antes d´eu dela.
dedos contando quantos, quantos silêncios ainda faltam
pra cidade, de tão forte, permitir-me que me saia
voltando todos os dias,
com ou sem vestidos íntimos.
porque não posso ter encantos nas esquinas
se permaneço nas paredes de mim mesma;
12.11.06
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2 comentários:
tu abres meus olhos.
esquinas do ser. :}
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