21.12.06

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[música foda, dada pro dia, porque a cássia eller faz um eita nessa música, eu juro =]
“meu amor partiu, cansou dos meus vícios. E mesmo que amanhã ele volte com outro feitiço, hoje o meu amor partiu e nada vai, nada vai mudar isto (...) Nada vai mudar minha cama grudada em mim, nem meu rosto inchado de mágoa, o sol se escondeu lá fora atrás de uma nuvem de água. Na parede nossa estória, e no tempo a minha tela de cinema: nela ainda vejo nossa esgrima de língua, nossos raios, nossa antena - meu amor se expulsou de mim, cansou dos meus vícios e mesmo que amanhã ele volte com outro feitiço, hoje o meu amor partiu, e nada vai, nada vai mudar isto”
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Não é em absoluto que eu não queira ver-te. Apenas me reservo cada instante do meu próprio estar-me sendo. Percebes? Aqui no quarto, as coisas em volta, os livros ao chão, os silêncios das folhas, os gritos, as janelas. O telefone quando toca e me estorva, ainda quando espero que me chamem.
E é justo aí que me levanto e digo: Música! Porque haverá de ser sempre, eterna e inefável, a música dos teus ouvidos, a música dos meus deslizes, a música nossa de toda noite.
Talvez seja a literatura. Ou uns arremedos de, mas que preenchem tanta coisa que nem sei. E não, não é um desabafo: é outra música.
Que quando não souber de mais nada, vou procurar ainda uma outra.
Mas pergunto se acaso entendes que não, não é em absoluto que eu não queira. E tu jamais terá um nome, eu nunca serei título e pra quê essas bobagens, esses limites.

Existem, existem muitos segredos nessas e em todas as linhas do mundo. As linhas foram feitas não para revelarem, mas para suporem, simplesmente. Abstrações. E quando fores o maior entendimento, não vais precisar entender nada, só sentindo.
O sentido não é a razão oculta, o sentido é o próprio estar sentindo, não te parece óbvio? Não procures assim com afinco todo o sentido do mundo... Parece-me sempre que estaremos extenuados antes da metade da busca, porque afinal a busca é infinita, e andamos tanto que caímos tristes. Sentir é não procurar, acabei de ver.

E é, em vendo, que não posso sair-me agora. Necessito estar ainda, uns tantos meses ou anos ou sempres, no mesmo lugar de agora, fazendo meus mesmos eternos sinais.
Não vou pedir compreendas, vou te dizer leia isso. Isso não, não essa carta, mas o livro que te mando. Onde estarão não explicadas, mas sentidas todas as coisas que queres.

Um riso: aposto, vais levar três anos pra ler. Não por incapacidade, mas por medo, talvez.
E digo que vai tudo bem, o tempo anda mesmo por definir:

Não defina.

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ps: o Fernando cá de dentro continua exultando os dias felizes. mesmo em provas. tudo tão incrivelmente bonito, eu diria que nem a fada, né, fada? é A mar =)

2 comentários:

bruno reis disse...

:)

vim ler o conto que cê disse ontem e já achei outra coisa =p

cê não se aquieta não, menina?

gostei bastante desse, outro carta, né?

Unknown disse...

uma coisa que realmente me irrita eh definir.

gosto do seu estilo indefinivel, inclusive. ^^